O CAPUCHINHO VERMELHO, A AVOZINHA, O LOBO MAU E A ENFERMAGEM MILITAR
Apetecia-me, nestas breves notas, contar-vos uma história e começá-la por: Era uma vez…
Mas não, ou melhor, afinal não resisto à tentação e vou mesmo fazê-lo.
- Era uma vez uma menina, que todos vocês sabem o nome, e indo levar bolinhos à avozinha, que se encontrava doente no seu leito, não respeitou os conselhos de sua mãe e em vez de ir pela estrada segura, tomou o caminho da floresta. Assim, correu riscos desnecessários, apenas para brincar com os animais, colher algumas flores para a velhota e dar largas à sua traquinice. Só que, tal atitude apenas aguçou o apetite ao lobo mau que fazendo-se seu amigo, tratou logo de engendrar um plano para comer a avozinha e a menina.
Mais ou menos por essa ocasião, um grupo de enfermeiros, resolveu formar uma Associação, a que deram o nome de APEM, com vários objectivos perfeitamente definidos. E, de entre esses objectivos, saltava um que apontava para a crescente coesão no seio da Enfermagem Militar, como o firme propósito de a tornar progressivamente mais conceituada, fruto do convívio e participação de todos os enfermeiros militares. A dinamização de áreas tão importantes como a investigação, o ensino e a optimização da prestação de cuidados tanto a nível operacional, ocupacional e hospitalar apresentavam-se como pilares essenciais no futuro da enfermagem militar e que não saíam da cabeça desses enfermeiros fundadores. Mudar o rumo da história da Enfermagem Militar, sempre foi uma forte ambição, latente, como todos se devem lembrar, especialmente os mais antigos. Evitar que o lobo mau comesse a avozinha e a menina, era pois um firme propósito e a ninguém interessava. Tão pouco, que o lobo mau fosse morto no final da história. Da mesma forma, o atribulado passeio da menina pela floresta, a ninguém interessava que corresse mal.
Desculpem-me as metáforas, mas o que vos quero dizer é que o rumo e o desfecho de uma qualquer história pode ser sempre mudado e, nesse sentido, nós podemos ter sempre o papel principal. A nossa determinação e empenho são fundamentais e poderemos ditar, em muitos aspectos, a natureza e o futuro da nossa profissão.
Caros camaradas e amigos, foi com grande satisfação e orgulho que, como Enfermeiro Militar e presidente da APEM, acompanhei a realização do NOSSO 1ºEncontro Internacional de Enfermagem Militar. Como todos se devem recordar, era um sonho antigo, de todos quantos têm acompanhado, a vida da nossa APEM. A organização do mesmo, está de parabéns, pela forma como correram os trabalhos, bem como pela excelência dos mesmos; posso mesmo dizer-vos que os nossos pares estrangeiros presentes transmitiram-nos as referências mais elogiosas que possam imaginar, incentivando-nos a prosseguir com o rumo que temos traçado, para o presente e futuro. Nós Enfermeiros Militares, somos “donos”, de uma formação e de um “saber acumulado”, de excelência e que muitas vezes menosprezamos. Este 1º Encontro Internacional de Enfermagem Militar é já um marco de inevitável importância, na nossa afirmação.
A todos quantos nele participaram, um enorme agradecimento, em meu nome pessoal e em nome da APEM. Estamos também muito gratos aos camaradas Espanhóis, Americanos e Brasileiros, que muito nos ajudaram para que a realização do mesmo fosse possível. A realidade da Enfermagem Militar, no seio das Forças Armadas dos seus países, como sabem é bem diferente da nossa e por isso terá de ser “inspiradora” para o futuro da nossa, assim acredito. A forma como eles se uniram em torno da dignificação da sua profissão, é pois de louvar em todos os aspectos. A coesão que os caracteriza tem sido determinante na sua afirmação, como, profissionais de saúde altamente conceituados e “elo” vital no funcionamento das Instituições Militares. O caminho que percorreram, com o objectivo único da sua qualificação e reconhecimento, tem de servir para nós como, “pedra de toque”. Há um caminho que todos temos que percorrer em conjunto e só poderemos concluí-lo de “mãos dadas”.
O decorrer e o final de uma história, nem sempre tem de ser aquele que nos parece mais lógico e, como tal, de uma forma derrotista a maior parte das vezes nada fazemos para a alterar. No quadro actual da unificação hospitalar da saúde militar, é emergente que nos unamos em torno da nossa dignificação, qualificação especializada no seio da Instituição Militar e reconhecimento profissional, independentemente do posto e ramo.
Queria confessar-vos, ter sido com muita alegria que, presenciei a forte presença dos camaradas enfermeiros dos três ramos das Forças Armadas no nosso 1ºEncontro Internacional de Enfermagem Militar, mas também tristeza, pela ausência de muitos outros de que me estou agora a lembrar.
Camaradas e amigos, enfermeiros militares, em Janeiro de 2014, haverá eleições para eleger a nova direcção da APEM. Apelo pois, a que nos unamos, participando, para que o futuro da mesma se cruze com o futuro profissional de todos nós. Porque acredito que só unidos seremos capazes de percorrer este caminho, que todos desejamos, mas, nem sempre temos força de vontade para o encetar. E, já agora, todos recebemos o convite dos nossos camaradas espanhóis, para estarmos em Junho de 2014, em Madrid, no seu 9º Congresso Internacional de Enfermagem Militar Espanhola. Por outro lado, contamos com todos para realizarmos o nosso 2º Encontro Internacional de Enfermagem Militar Portuguesa, em 2015.
Um abraço do camarada e amigo,
José Bizarro
Audiência de S.Exa. Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas
General Artur Pina Monteiro
Pela primeira vez, em quase vinte e um anos de existência, foi hoje 20 de fevereiro, a APEM recebida em audiência pelo mais alto responsável militar, a quem cabe a tutela da estrutura superior da Saúde Militar, a quem agradecemos com satisfação, a disponibilidade e a atenção aos documentos apresentados.
Pudemos, assim, expressar as nossas preocupações quanto à operacionalização da transição dos sargentos Enfermeiros e Técnicos de Diagnostico e Terapêutica para a categoria de oficiais e também sobre o desenvolvimento da carreira dos oficiais Técnicos de Saúde.
A comitiva desta associação foi constituída pelos seguintes elementos:
- Jorge Adelino Ribeiro Pires -Presidente da Direção
- Carlos Manuel Filipe Carvalho - Vice Presidente da Direção
- José Carlos Rosa Vilhena - Presidente Conselho técnico cientifico
- António Manuel Rodrigues Caldeira - sócio correspondente
CONVOCATÓRIA
Convoco os sócios efetivos, com inscrição em vigor na Associação Portuguesa de Enfermagem Militar, para uma reunião da Assembleia Geral a realizar nos termos do artigo 8.º , n.º1, do Estatuto da APEM, a realizar no dia 14 de Maio 2016, com ínicio às 15:00h, no Clube de Sargentos da Armada - Delegação do Feijó, sito em Praceta do Clube de Sargentos da Armada, 2810-044, Feijó.
A reunião será subordinada à seguinte ordem de trabalhos:
1. Eleição dos membros dos órgãos sociais da Associação para o biénio 2016/2018;
Se à hora indicada para a realização da Assembleia Geral não se verificar a presença de pelo menos metade dos associados, a mesma terá lugar numa segunda convocatória, com ínicio uma hora depois com qualquer número de associados, conforme prescrito no artigo 11º, n.º1, do Estatuto da Associação Portuguesa de Enfermagem Militar.
Porto, 16 de Abril de 2016.
Na sequência da deliberação da Direção de demissão em bloco, que me foi apresentada, convoco a Assembleia Geral Eleitoral Extraordinária da APEM, a realizar no dia 1 de Outubro 2016, com ínicio às 15:00h, na Escola Oficina nº1, sita no Largo da Graça nº 58 em Lisboa, com a seguinte ordem de trabalhos:
Ponto Único;
- Eleição dos órgãos sociais da Associação.
Todos orgãos sociais da APEM ficam em funções até à nova assembleia eleitoral, assegurando o funcionamento da associação, os assuntos urgentes e garantindo as condições de realização da Assembleia Eleitoral.
O Presidente da Mesa da Assembleia Geral
Nuno Teles Carvalho
Sabíamos que quando chegasse a hora, teríamos de frequentar alguma ação de formação, como lhe chegaram a chamar. Depois, após muitas conversações e indecisões, passou a projeto de formação e muito rapidamente foi promovido a curso. Com toda esta progressão (tão rápida, apenas neste pormenor), esperemos que não chegue a Tese de Doutoramento, com defesa pública da mesma. É que até já se inventaram os termos “oficiais de 1ª e oficiais de 2ª”. Não podemos perder mais tempo com estas indecisões e decisões que demoram eternidades, até “verem a luz do dia”.
Ninguém deveria esquecer-se que o atraso pelo reconhecimento da Enfermagem Militar já soma 26 anos. Como é possível que tenhamos de frequentar um curso de vários meses, com uma carga horária elevada, mesmo apesar de já sermos todos Licenciados e alguns Mestres e outros Doutores, independentemente do tempo de serviço que temos.
Ninguém se preocupa com os constrangimentos que a ausência dos seus Enfermeiros (para a frequência da formação), “se fôr longa? “, trará ao normal funcionamento de todos os Serviços de Saúde? Unidades e Hospitais.
Nunca defendemos passagens administrativas, nem outro qualquer tipo de facilitismos, somos pela dignidade da profissão e da condição militar e defendemos que um curso com duração de cerca de 12 semanas seria mais do que suficiente, para se atingirem os objetivos propostos.
E falamos apenas do momento atual, ou seja, da fase de transição, de todos os sargentos Enfermeiros e não do planeamento da carreira futura dos futuros Enfermeiros Militares, são assuntos distintos e requerem tratamento distinto. Há aspetos essenciais que é preciso preservar, como por exemplo as antiguidades relativas entre Ramos e entre Militares.
O curso a frequentar nesta fase, nada deverá ter a ver com o curso a ser implementado na futura carreira de oficiais TS, nem em relação aos conteúdos programáticos nem em relação à duração, nem tão pouco à tipologia de avaliação a adotar.
Neste contexto, pensamos ser de vital importância que, a operacionalização da nossa transição para o quadro de oficiais TS, se inicie o mais rapidamente possível, tornando-se naturalmente num veículo facilitador da evolução da prestação de cuidados de saúde e logo da sua qualidade.
Seria de bom senso que a transição que desejamos, seja equilibrada, dê continuidade ao já estipulado no EMFAR, e que respeite todos os pormenores que atrás referimos e que ainda nos preocupam.
A Enfermagem Militar - Os ENFERMEIROS MILITARES, merecem pela sua história, o respeito a que têm direito por mérito próprio.
APEM, 9 de Setembro de 2015